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23 Today

8 de Setembro de 2009

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Para ler ouvindo Aimee Mann, Mary J. Blige, Madeleine Peyroux e Paul McCartney. Ou qualquer outra coisa bacana…

A lua está cheia, o céu de baunilha estrelado. A gata saiu pra dar um passeio e a fumaça do cigarro traça uma linha conjunta com a água que cai da torneira. As garrafas estão vazias, os pratos sujos e a consciência limpa.

Hoje faço festas.

Fiz festas ontem. E anteontem também. Aliás, faço festas sempre. Físicas, espirituais, surreais, insurretas. Algumas calmas, outras, a maioria confessa, descontroladas.

Mas hoje a festa é diferente. São 23 anos pra pensar em tudo: no que me aconteceu de bom, de ruim e de indiferente. Em tudo que está pra acontecer. Em todas as coisas que estão guardadas nas mãos de Deus. Em tudo o que deixou de acontecer…

Hoje é dia de pensar no porvir das coisas do mundo. Do meu mundo.

E foi tudo tão rápido! Mais do que eu pensava… Um turbilhão descontrolado de vida seguiu derrubando velhos muros, pra formar e construir tudo que sou hoje.

Foi minha família. Foram meus pais e meus amigos. Foi aquela escola que eu odiava, aquela universidade que eu adorava, aquelas pessoas com as quais eu saía, aquelas com as quais eu dialogava. Foram os estudos, as bebedeiras, as militâncias, as conversas. Aquelas, de botas batidas…

Foram os problemas e as soluções. Foram os infernos pessoais e as pazes com o mundo. Foram as garrafas de vinho e os maços de cigarro. Foram todos os filmes que iluminaram meus dias. Foram todas aquelas manhãs de domingo. Foram todas aquelas tardes gastas de rir e trabalhar. Foram todas aquelas noites de conflito e reflexão. Foram todas as músicas que compuseram a trilha sonora dos meus momentos mais íntimos. E dos mais loucos também…

Sim, foram as loucuras! De todos os meus amores. De todos os meus conhecidos-desconhecidos. De todos os meus afetos e desafetos. De todos os amantes do círculo polar. De todos os degradados e malucos-beleza. De todos os solidários e solitários.  De todos os meus sinos e desatinos. De todos os sorrisos que desprendi da alma…

Foram, enfim, os carinhos. Os abraços. Os amores. As cores. Os açúcares. As confianças e os confidentes. Os sonhos e as utopias…

Foram todos esses que me construíram, me constroem e fazem parte de mim. Do meu corpo, da minha alma, da minha mente, do meu coração.  E é a todas essas pessoas, coisas e pensamentos que dedico cada sorriso e cada lágrima dos dias que passam e que estão por vir.

Hoje já é 23. Faltam alguns dias para o fim do mês.

E ainda preciso de alguém que me salve. E ainda preciso me salvar. E salvar alguém. Mas não vou pensar nisso por agora.

Que venha o sol ou venha a chuva.

Continuo aqui, firme e convicto, fazendo festas.

Pois nos dias de hoje sou todo amor.

Sou todo amores.

Thiago Padovan, o Terra Roxa, chega aos 23 anos e espera viver outros 23 para reler tudo o que já escreveu nessa vida. É jornalista, amante e sonhador nas horas vagas. Diz que um dia vai chegar às estrelas, mas por enquanto não passa da cabeceira da cama, pois prefere se deliciar mais um pouco com os prazeres e felicidades da vida terrena…